O trabalho pastoral é um trabalho
muito árduo, desgastante e cansativo. Temos, apesar disso, um propósito muito
bem definido, pois o que está em causa é a preservação da doutrina apostólica,
bem como a saúde espiritual dos irmãos e o seu pronto desenvolvimento na fé. Muito
embora sejamos homens sérios e preocupados com a obra é possível sermos mal
compreendidos eventualmente. Parece que essa reação acontece com os melhores
servos de Cristo que amam a Igreja. Paulo foi exemplo disso em Corinto.
Paulo, conforme suas próprias
palavras, era homem ousado na ausência e humilde na presença quanto aos
problemas em Corinto. Lógico que ele tinha um objetivo em seu procedimento. A
Palavra escrita em sua epístola continha um tom mais exortativo, mais vibrante,
mais despertador já que ele estava longe dos irmãos, enquanto nos dias nos
quais estava entre eles era humilde e sereno. Alguém pode jurar que isso se
configurava como hipocrisia, mas pensar assim de um homem de Deus não é uma boa
reflexão, principalmente quando este amava a Igreja de Cristo e era capaz de se
entregar por ela. Ele ainda menciona, sabiamente, a maneira como os coríntios
receberam sua primeira epístola, fazendo juízo de que o apóstolo não tinha um
nobre proceder para com eles. Entretanto, não era essa a intenção de Paulo, já
que ele injetava um pensamento “para que não pareça como se quisera
intimidar-vos por cartas” (I Coríntios 10:10).
Irmãos, enquanto Igreja,
precisamos nos habituar à necessidade de se verificar como andam as coisas
entre nossa comunidade, seja em nível congregacional seja em nível individual.
Esta é uma prática espiritual adotada pelos seguidores de Cristo, se não
vejamos a referência a isto: “Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias
que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado”
(Hebreus 3:13). A passagem que usamos às vezes em evangelismo para indicar que
o pecador está endurecido pelo engano do pecado, na verdade, diz respeito a nós
(Hb 3:15). E essa preocupação de sermos avaliados e exortados não visa
desprestígio ou depreciação dos irmãos, mas a necessidade de sabermos como
todos estão recepcionando as verdades puras do Evangelho. Isso acontece de
praxe aos que abdicaram do mundo para servir a Cristo. O escritor de Hebreus
ainda convence-nos dessa verdade: “Porque nos tornamos participantes de Cristo,
se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim”. Nesse,
alude-se a necessidade de perseverar nos princípios doutrinários e comunitários;
visa, então, a boa compreensão da doutrina pura para a boa convivência entre os
irmãos.
Agora, pensamentos
divergentes nos quais são feitos julgamentos para dizer que certas atitudes não
correspondem com nosso poder de “governo” não coopera com o bom senso congregacional,
visto que nosso olhar precisa estar direcionado constantemente para a Igreja, a
fim de verificarmos seu progresso ou não. E mais uma vez elencando que este
olhar é carregado de paixão e amor pela Noiva de Cristo não podemos dizer que
não amamos cada irmão e irmã individualmente. Às vezes um evento pode até parecer estranho, levando a si pensar algo que não corresponde ao bem do Evangelho. Mas quem não participou diretamente do mesmo e não se inteirou dos verdadeiros
sentimentos que nortearam a fala, como foi o exemplo de Paulo em Corinto, não tem como fazer um julgamento equilibrado, a não ser que conversasse direto com o apóstolo. Os
irmãos julgaram o apóstolo severamente, acreditando que ele só queria reclamar
ou depreciar os irmãos. Isso não foi verdade. A intenção da liderança cristã
genuína é sempre o engrandecimento do Reino e o desenvolvimento pleno da salvação
e santidade na vida da amada Igreja.
Que Deus em Cristo nos dê
paz, harmonia e um espírito brando para não pensarmos o que não devemos, nem
agirmos sem saber exatamente dos fatos.
Uma boa sugestão de leitura para
termos boa convivência entre nós, a Igreja, segue abaixo:
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