A
ideia de superioridade do outro sempre fez parte do preceito cristão, apesar de
não ser bem observado. Um dos primeiros grandes momentos neotestamentários que
atestam esse fato está contido na expressão da “voz” que clamava no deserto,
João Batista, quando disse: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (João
3:30). Podem até alguns intérpretes tergiversarem sobre o assunto, mas é
notória a prédica bíblica da humildade e submissão entre os discípulos de
Cristo.
Em
Mateus 5, vemos elencadas virtudes cristãs ensinadas pelo Messias a fim de os
discípulos compreenderem a importância do feito naqueles termos. A humildade
praticada assume papel de um inconformismo pacífico, por exemplo, diante da
agressividade. É uma forma de dizer que o opressor está errado sem uma
argumentação precisa e bem amparada por pareceres diversos, sobretudo, propõe ser
uma demonstração eficiente da graça divina através de obras na vida do crente
intituladas de justiça, pois é mais justo sofrer do que revidar. Por isso, a mensagem da
fé recomenda-nos uma linguagem espiritual para observarmos e sermos contagiados pelo
fazer correto. Paulo, com pleno entendimento sobre a maneira de ser, ensinou: “A
ninguém torneis mal por mal...” (Romanos 12:17). Além de asseverar a obra
cristã, também nos induz a pensar sobre os efeitos da graça na vida o agressor: “Portanto,
se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber;
porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça” (Romanos
12:20). O ensinamento apostólico aponta para uma consequente crise de consciência daquele
que impõe pesar sobre o outro cristão. Esse sentimento possibilita contrição e pode gerar arrependimento, induzindo o homem mal para a salvação.
Vidas
cristãs têm a necessidade de cativarem tais virtudes como meios de santificação
e também de proclamação das boas novas. Um cristão praticante eleva o conceito
da graça de Deus no mundo, possibilitando uma visão mais atenciosa para os
valores ensinados por Cristo. Um cristão praticante vale mais
do que um cristão falante, por isso, sede
cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos
(Tiago 1:22) e entenda que a verdadeira
humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar menos em si mesmo
(C.S.Lewis).
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