Há
quem diga existir um grande abismo entre o Antigo Testamento e o Novo no que
diz respeito às virtudes espirituais. Mas, ao lermos alguns textos somos
levados a entender algo bem diferente. O porquê disso pode ser respondido
simplesmente pelo fato de Deus ser o mesmo tanto naquele como nesse tempo;
desta forma, invariável nesse quesito.
Quando
Moisés elevou ao Senhor seu último cântico, um sentimento profundo de
valorização da realidade espiritual veio à tona: “Goteje a minha doutrina como
a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e
como gotas de água sobre a relva” (Deuteronômio 32:2). O grande profeta do
Antigo Pacto demonstrou haver a possibilidade de sensibilidade para tudo quanto
tinha proclamado para os Israelitas. Mesmo o Decálogo, com seu aparente rigor,
deveria ser bem recepcionado em busca da perfeita interpretação.
Por
tudo que foi revelado, vemos um Moisés muito bem-disposto à obediência ao
Senhor. Sua trajetória e experiência de vida permitiu que a revelação fosse
internalizada com efeitos duradouros, ao ponto de revelar a vontade de Deus com
muita temperança. Seu anseio, demonstrado no texto de seu último livro, associa
dois elementos da natureza que expressam uma beleza natural sem precedentes,
por mais simples que pareça: gotas d’água sobre a relva.
Imaginemos
uma terra árida, completamente devastada pela severa seca. Uma imagem assim não
nos motiva a contemplar o cenário com aquele suspiro de enlevo, mas com um
sentimento de pesar e lamentação cujos efeitos impõe uma tristeza e um desânimo
sem igual. O contrário, segundo o texto mosaico, permiti-nos vê a beleza da
natureza e sua grandeza se manifestar glorificando ao Deus criador. Por assim
dizer, qual relva não espera ansiosa o orvalho e a chuva? Sabe ela que só
poderá revelar seu verde viçoso com o banho do alto, emanado da boa vontade
divina. A força do verde da relva nos campos e nas planícies encorajam o prazer
pelos caprichos da vida e nos traz uma sensação de conforto e alento, criando
um desejo de permanência onde aquele bendito milagre impera.
Pois
bem! Assim foi com todos aqueles que almejaram a doutrina que vem do Senhor.
Transformaram suas vidas em instrumentos para a glória do Nosso Deus, pelo
prazer de cumprir seus preceitos entenderam todo o bem de sua vontade e pelos seus
frutos demonstraram o toque do Todo-Poderoso sobre vidas de homens pequenos que
se tornaram grandes. Moisés foi apenas um dos primeiros. Samuel, Elias, Davi...
Simeão, João Batista também aprenderam o santo caminho. Ora, se eles
aprenderam, quanto mais aprenderão os que estão na dispensação da graça e da
plena comunhão!
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