Novamente o transportou o diabo a um
monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E
disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe
Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só
a ele servirás. (Mateus 4:8-10)
Estamos diante de uma expressão bíblica que tonifica o
conceito de reino do mundo e sua glória. Baseados nela, podemos afirmar que
satanás o usurpou, deixando o homem à míngua na questão do seu governo e
impondo uma mentalidade muita mais voltada para o que se pensa ser o melhor
para o homem do que para a vontade de Deus. Este príncipe do mundo tentou criar
uma nova política nos céus antes da Criação, mas a repreensão divina o expulsou
do Reino Eterno, fazendo com que hoje interfira na perspectiva de vida
do mundo e também tente interferir na da Igreja.
A política contemporânea, por ocasião, expressa uma tentativa
enorme de atender a humanidade em todas as suas necessidades, sejam elas morais
ou imorais. Muito embora estejamos “atendidos” por algumas delas, acredito por
força da fé nos princípios do Evangelho, que não cabe a nós (anabatistas)
reivindicarmos ou censurarmos quaisquer propostas governamentais, nem mesmo suas
estratégias para solucionar os diversos problemas sociais, políticos,
financeiros que assolam as nações (aparentemente isto será resolvido pelo anticristo). Cabe ao cristão fazer o que Paulo ensinou: “TODA a alma
esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não
venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem
resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão
sobre si mesmos a condenação” (Romanos 13:1-2). A orientação apostólica versa sobre a maneira pela qual o cristão deve desprover-se de qualquer inquietação sobre a mentalidade e o embate político, visto que ele não deveria está preocupado com isso (no crente deverá reinar a paz e a esperança em Cristo Jesus). Não quero dizer que não
deveremos exercer nosso papel enquanto pregadores da verdade, pois através da palavra denunciamos o pecado e o erro de forma apartidária, uma vez que nosso
compromisso está acima da querela política.
Hoje, temos uma porta aberta para a pregação do Evangelho. A
voz do Evangelho ecoa através de vários meios de comunicação. Entretanto, que
seja a pura mensagem do Evangelho. Não seja um misto de crítica política com
aparência de pregação. João Batista denunciou o pecado de Herodes de forma
objetiva e transparente. Tinha algo de concreto em sua repreensão, por isso
Herodes o temia. Não havia um discurso de insurreição devido ao domínio romano,
mas um alerta para o cumprimento da vontade divina.
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