Por Heberth Ventura
Como herdeiros da fé
anabatista, cremos que a Bíblia é nosso único manual de fé e de prática. Se
consideramos a Palavra de Deus como tal e a levamos a sério, então a pregação
da Palavra não pode ser negligenciada. Gostaríamos de neste texto destacar a
importância da pregação do Evangelho em sua dimensão evangelística para nós
anabatistas e fazer um apelo ao retorno de nossa identidade cristã, observando
a perseguição e o sofrimento como recursos para que nesta era voltemos a ter a
honra de sermos denominados testemunhas de Cristo.
Acreditamos profundamente
na inspiração verbal e escrita das Escrituras. Essa verdade para nós é
inegociável, bem como a verdade em seu sentido amplo observada na Escritura. No
entanto, acreditar na palavra de Deus como autoridade não tem sido o suficiente
para mover muitos cristãos de sua comodidade para a proclamação urgente do
Evangelho.
Há muitas razões para termos
chegado a tão nevasta circuntância, mas deter-me-ei na negligencia espiritual.
Na Bíblia, a revelação de Deus é comparada figurativamente à “luz”. Ter “luz”
ou receber “luz” significa o entendimento dado e concedido por Deus para
usarmos de sabedoria no tocante a sua Palavra. Mas a luz, como graça recebida
por Deus, pode ser negligenciada, esquecida, abandonada. Pois o homem é um ser
livre, mas também responsável por suas ações e benefícios negliciados diante de
Deus. Em termos práticos, nós podemos sim pecar contra a luz, ou seja, contra a
revelação de Deus manifesta a nós pelas Escrituras. Todo desvio quer moral ou
espiritual, decorre também de um desvio da vontade de Deus revelada a nós pobres mortais.
Não podemos deixar que esta
sociedade pluralista retire de nós o valor inestimável de autoridade das
Escrituras sob nossas vidas. Consequentemente devemos atentar ao fato de que o
mundo precisa ouvir que a verdade não muda, pois Deus não muda. Se nossa fé na
Palavra está em Deus e Ele não muda, não podemos nos esquecer de proclamar “a
tempo e a fora de tempo” o Evangelho de Cristo Jesus.
Nessas conferências
anabatistas, teremos mais uma oportunidade para rever nossas atitudes como
crentes, bem como de reconsiderar o termo bíblico “testemunha” que tanto
conhecemos. É hora, por exemplo, de aprendermos que a perseguição e o
sofrimento oriundos da pregação do Evangelho faz parte de nossa identidade como
testemunhas de Cristo Jesus na terra.
Portanto, precisamos resgatar a nossa identidade, hoje negligenciada
pela maioria. Entender que o martírio é uma característica de um verdadeiro cristão.
Enraizarmos em nosso viver que “quer na vida, quer na morte” somos do Senhor.
Oxalá que todos nós
experenciassemos um poderoso mover espiritual de Deus em toda a extensão de
nossa comunidade. Eis o apelo, um clamor por uma manifestação de Deus e poder
espiritual para falarmos da sua parte ao mundo caído.
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