Como nossa Igreja
era muito pequena em número, trabalhávamos muito no evangelismo. A quantidade
de membros, no entanto, nunca foi um dos objetivos principais, pois, antes de
uma membresia numerosa, nossos líderes prezavam pela qualidade espiritual dos
crentes. Esse foi nosso diferencial. Os evangelismos foram muito intensos, labutávamos
toda semana, durante as noites que não tinham atividades no “templo”.
Logo que cheguei a
Moriá, tínhamos as seguintes reuniões: segunda: seminário; terça: oração;
quarta: escola bíblica; quinta: evangelismo; sexta: doutrina; último sábado:
culto de mocidade e domingo: culto evangelístico. Naquilo que poderíamos fazer,
além do evangelismo pessoal, realizávamos cruzadas. Eram cultos muito simples
em vista do que temos hoje. Não tínhamos aparatos técnicos de qualidade, nosso
material era improvisado e contávamos com a generosidade de descrentes para
realizar os eventos.
Na foto abaixo, apresento
nossa situação à época. Nosso palanque era um Chevrolet C10 cujo dono era o Sr.
Chagas, pai do Flávio, membro na Igreja naqueles dias. Era um carro que lhe
servia para o trabalho uma vez que lidava com fretes, mas à noite, quando programávamos,
era sagrada nossa plataforma de pregação. As caixas de som foram adaptadas de
caixas caseiras. Alguém arranjou caixas não mais utilizadas e reciclamos,
adaptando autofalantes e tuítas baratas. Algo muito rudimentar. O amplificador foi
comprado novo e tinha que ter qualidade para “aguentar aquele tranco”. A
guitarra vermelha, de qualidade bem inferior, foi comprada com uma “cotinha”,
se não me falhe a memória. Apesar de termos comprado, sempre achamos o som do
violão mais agradável. Fazíamos uso nos cultos, nas cruzadas e nos retiros.
Geralmente, esses cultos eram dirigidos pela liderança de mocidade na pessoa do
irmão Assis que era presidente de mocidade. Foi o primeiro presidente de
mocidade de nossa Igreja, função que lhe rendeu o apelido carinhoso de “Presi”.
Às vezes eu cantava, às vezes era o George, algumas raras vezes eram algumas
irmãs. Havia uma dificuldade enorme para encontrarmos participantes para estes
eventos. Parece que os irmãos tinham vergonham de aparecer em público. Não sei
se esse era o real motivo. O jovem pastor Glauco era o pregador oficial sempre.
Era quem tinha um tato maior para falar ao pecador. Suas pregações sempre
atingiram seus ouvintes. Glória a Deus por isso.
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