O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Sentindo Deus

A sensibilidade cristã é muito importante em nossa caminhada, tanto para sentir os efeitos do pecado quanto para sentir à vontade de Deus. Na desobediência, um peso e desânimo assola o cristão, enquanto na obediência, a paz e a comunhão fluem como um rio sempre cheio cuja corrente não cessa, sendo referencial de vida para si, bem como para outros.
As muitas experiências pelas quais podemos passar servem para nos tornar mais habilitados a compreender a profundidade do amor e da graça divinos. De modo que não podemos menosprezar nenhuma das circunstâncias nas quais fomos inseridos. Se temos que passar por vales ou montanhas, façamos com igual desprendimento porque aquele que nos guia estará conosco em todos os lugares e em todos os momentos. Madame Guyon nos eleva a essa dimensão e entendimento ao comentar:

Receba pela fé o fato de que qualquer coisa que lhe aconteça é o desejo Dele para você, nesse momento. Quando for ao Senhor dessa maneira, verá que seu espírito estará em paz, não importando qual seja a sua condição. Os tempos de sequidão serão a mesma coisa que os tempos de abundância, porque você terá aprendido a amar a Deus somente porque você o Ama, não por causa de suas dádivas, nem mesmo por sentir sua presença.
        
Segundo Madame Guyon, essas circunstâncias da vida tentem a nos levar à “morte espiritual”, mas não aquela da qual estão condenados os infiéis. Seu sinônimo, na verdade, é despojamento, ou seja, tirar de sobre nós tudo aquilo que interfere na ação de Deus em nossa vida. É desprezando as obras carnais com um coração “mortificado” que superaremos as insinuações tentadoras para podermos continuar com a alegria da salvação. Trazendo para as palavras da ilustre senhora:    

A vida do devoto é como uma torrente que abre seu caminho descendo das altas montanhas aos vales e fendas da vida, passando por várias experiências, até finalmente chegar a experiência espiritual da morte. A partir daí a torrente experimenta a ressurreição e uma vida de acordo com a vontade de Deus, enquanto ainda passa por vários estágios de refinamento. Por fim, a torrente encontra seu caminho em direção ao vasto, ilimitado oceano. Mesmo aí, a torrente não se torna totalmente unificada com o vasto oceano, até que mais uma vez, passe pelas relações finais com Deus.


A maioria dos cristãos não percebem, mas há um chamado da parte de Deus sempre ecoando em nossos corações para tornarmos essa relação com Ele mais profunda, mais constante, mais efetiva e sem os embaraços da vida. Há uma vida profunda em Cristo aguardando ser descoberta, porquanto é mais valiosa que tesouros reluzentes deste mundo. Estejamos certos desta verdade para não deixarmos essa oportunidade passar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário