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sexta-feira, 22 de abril de 2022

V Simpósio da Comunie: "Cristo ou César?"

Durante o feriado do dia 21/04, a COMUNIE realizou mais um simpósio para cristãos e universitários. Intitulado “Cristo ou César? A ameaça totalitária” por seus organizadores, pretendeu diagnosticar a atual conjuntura com um olhar honesto e científico, sem viés ideológico ou político, e apontar as várias ameaças que vem surgindo no horizonte.

 


Os palestrantes foram os professores Glauco Barreira Magalhães Filho, Rui Martinho e Carlos Rebouças. Com falas coerentes, bem centradas no tema e procurando explicitar ao máximo os assuntos, os professores trouxeram rica e abundante argumentação que prendeu a atenção dos participantes, levando-os a não perceberem o decurso de quase quatro horas de palestras e questionamentos.

 


Um ponto relevante das palestras foi a análise das reinvenções culturais promovidas como novas tentativas de mudança social. Essas ajudam a promover uma mudança de racionalidade e mentalidade social para satisfazer determinados pressupostos do marxismo cultural e dos teóricos da Escola de Frankfurt. As mudanças ocorrem pela desconstrução dos valores morais e costumes e pela substituição dos conceitos de bem e mal através de uma regulamentação que atualize, naturalize e normatize vícios e pecados, ambos subjugados pelo idealismo que surrupia liberdades de quem ainda defende existir tais conceitos. Ainda assim, falam e dizem defender as liberdades. Contudo, quando agem contra e em seguida defendem as liberdades manifestam uma bruta contradição. Na verdade, uma contradição programada, pois é exatamente esse choque que faz parte do processo: confundir e levantar dúvidas nos indivíduos para que essas celeumas sejam levadas ao Estado, ao grande Leviatã, para agir e chancelar os interesses dessa desconstrução.

 


Noutro ponto, a apresentação de como as pretensões de uma agenda global consegue ser introduzida em um Estado Democrático de Direito marcou profundamente os participantes. Como apresentado, há instituições cujos integrantes são eleitos pelo sufrágio universal, enquanto outros não. Os parlamentares do Legislativo e o Presidente no Executivo dependem da aprovação de grande parte da população e de uma eleição que na maioria dos casos ocorre de forma majoritária. Por isso, se deixarem os anseios do povo para se submeterem a políticas de ordem externa os protagonistas políticos comprometerão seus mandatos e poderão sofrer penalizações. Por outro lado, o Judiciário não sofre essa pressão social e gozam de um cargo vitalício do qual, dificilmente, poderão ser destituídos. Por teoria e em virtude dessa condição, torna-se viável a inserção de políticas de organismos globais nas suas decisões afetando diretamente a ordem local e influenciando coercitivamente a maneira de ser de seus indivíduos. O que se considerou na fala do palestrante é que isso poderá comprometer em algum momento a vida cristã conservadora já que cristãos autênticos resistem e não aceitam leis cujo teor afetem suas convicções bíblicas, como diz o texto bíblico: “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29). Na verdade, neste momento já vemos algumas decisões completamente antagônicas aos princípios morais herdados do puro Cristianismo que pressionam cristãos a abdicarem de suas convicções ou do contrário serão apenados, como delineado, injustamente por força do espírito do autoritarismo ou do totalitarismo.

 


Apesar da abordagem analítica das ideologias e da política, a COMUNIE não procura estabelecer ou defender uma perspectiva ideológica ou partidária, antes, tem se pautado em atuar contra todo tipo de injustiça que macule a coerência, o espírito da lei, a moral e a fé cristã. Assim, a COMUNIE procura reunir cristãos universitários para alertá-los e capacitá-los para resistirem ao severo espectro enraizado nas Universidades que passou a ter um fortíssimo viés ideológico com um marxismo bastante atuante, fruto do aparelhamento das instituições. Inclusive, cristãos, não sabemos se ingênuos ou não convertidos, têm levantando a bandeira vermelha não percebendo que a ideologia de Marx e Engels ceifou vidas de milhares de cristãos em muitos países que adotaram sua tirania, sendo, sobretudo, um sistema ateu. Para não ficar nas palavras, o último ato do Simpósio reproduziu o filme/documentário baseado no livro “Torturado por amor a Cristo” de autoria do pastor luterano Richard Wurmbrand. “Torturado por amor a Cristo” é um relato dramático dos dissabores que o comunismo impetrou contra os cristãos europeus em países que foram dominados pelo regime nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado. Nele, vimos a ação sorrateira do governo comunista na Romênia cortejando as Igrejas para unirem-se a ele de forma pacífica, mas, na verdade, queriam submetê-las ao seu senhorio, tornando uma instituição estatal e dominada pelo Estado. Por não aceitar esse conchavo, o pastor Richard passou 14 anos nas prisões sendo exposto e ameaçado de morte todos os dias. Contra o pastor foram desencadeadas torturas, negligência quanto à sua saúde, prisão injusta e afastamento de sua esposa e filho, também punidos pelo sistema, enfim, um espetáculo de horrores. Alguém pode até dizer que o marxismo de hoje não defende mais esse tipo de ação. O que dizer da Rússia, de Cuba e da China, dentre outros? Realmente, a máscara vermelha nos países do Ocidente revela outras preocupações neste momento: efetivar políticas anticristãs e ateias para em seguida praticá-las e, quem sabe, oprimir quem se opõe ao regime.               



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