Ouvi, certa vez, pelas mídias que determinada autoridade disse que o grande Aslan de Nárnia era um rei onde não existia democracia. Seria, então, Aslan um tirano, um ditador ou um dominador? Fiquei pasmo diante da assombrosa fala. Por quê?
Aslan
nas Crônicas de Nárnia jamais poderia levar os títulos acima. Pela mente
brilhante de C.S.Lewis, o grande leão é retratado como um líder justo,
benevolente e bondoso, que busca o bem-estar de seus súditos. Muito embora
seja nitidamente revestido de grande autoridade, Aslan nunca abusa de seu poder
e sempre age com sabedoria e compaixão, ao contrário dos severos tiranos que
imputam alopradas penas aos que lhe contestam.
Pela
reflexão no campo simbólico, Aslan é frequentemente comparado a Jesus Cristo, tanto
por causa de sua morte na Mesa de Pedra, o lugar do sacrifício, como por causa
de sua ressurreição, sendo revelado, assim, seu papel de Salvador de
Nárnia. Desta maneira, Aslan assume diferentes formas como representativos
daquilo que Ele É (Eu sou o que sou!), como um grande leão macho e o dócil cordeiro. Autoridade
e sacrifício. Por isso, Ele é visto como um sublime herói e símbolo de
esperança.
Além
disso, Aslan toma decisões com base na justiça e no amor, e não em medo ou
coerção. Ele nada teme porque é justo! Ele se preocupa com o bem-estar de
todos os seus súditos, humanos e animais, e busca um futuro melhor para Nárnia.
Portanto,
a comparação com um tirano ou ditador ou dominador não se aplicaria a Aslan, que é
retratado como um líder justo e compassivo. Talvez, na ânsia de querer mostrar alguma
desenvoltura em sua fala, quem pronunciou a sentença escorregou feio com uma
fala fraquíssima e tendenciosa que não colou, tal qual a feiticeira branca do
conto que achando ser alguém de poder e autoridade para influenciar acabou sucumbindo
diante de um garoto no auge de seus catorze anos. Bravo Pedro!
Pr. Heládio Santos