O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Crentes na copa? - parte I


A
 copa do mundo é inadequável ao cristão e, portanto, à igreja, o corpo de Cristo. Ainda que muitas denominações sejam concordes ou favoráveis, tolerantes e apaixonadas por tal evento esportivo. Tal evento é realizado pelo mundo, para o mundo e com motivações mundanas. Entre outras razões, a copa é uma rede mundial de ostentação carnal, porquanto atende à cultura da soberba e orgulho que estabelece o mérito do mais forte e mais competitivo. Esta cultura soberba era muito forte na cidade de Corinto, e a igreja, em tal cidade, já havia absorvido o suficiente, de modo que já disputavam e rivalizavam entre si (cf. I Co 1:10-16, 2-3:1-4, 6:17).
Mas o apóstolo Paulo, numa ação corretiva. disse aos coríntios: “Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso” (I Co 3:21). Ora se as disputas e competições em nome dos homens de Deus, ou seja, de Paulo, Apolo e Cefas, envolvendo Cristo, não foi nem é aprovado entre os crentes, ou seja, em nome de homens de Deus, muito menos competições e rivalidades envolvendo países e incrédulos com seus times. Na verdade, a igreja não está aqui para melhorar o pecado e o mundo, ela está aqui para pregar o evangelho e, parte de sua incumbência é combater o pecado e condenar as obras infrutuosas das trevas (Ef 5:11). A copa, como manifestação endêmica do orgulho e exaltação do ego humano, além de promover a soberba e a cultura competitiva frívola, é um expediente impróprio para o crente, porquanto é ecumênico, típico do Anticristo (II Ts 2:1-12, I Ts 5:1-3 e Ap 6:1-2), pois veicula uma ideologia de paz que é por natureza falsa, visto que contribui para a propagação do pecado e da mentira. Sabemos disso pelo motivo de Jesus conceder a verdadeira paz que não é como a do mundo, antes é a paz operada pela verdade que é libertadora (cf. Jo 14:27).
Contudo, até agora se ainda resta alguma dúvida, vejamos ainda sobre a cultura corintianizadora (a mesma de hoje), o que disse o Senhor Jesus por Paulo: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança a mim e a Apolo, por amor de vós: para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo-se a favor de um contra o outro.” (I Co 4:6). A cultura soberba de competição, que é carnal, é evidentemente predominante em Corinto, levava-os para além do que estava escrito, contrariando o Evangelho. É óbvio que tal cultura tinha e tem sua gênese na sabedoria deletéria, isto é, nociva do mundo (I Co 3:18-23). O contexto que é especificamente revelado em ( I Co 4:7-21) é que muitos coríntios, seguindo tal sabedoria mundana, diferenciavam-se de Paulo e outros apóstolos e cooperadores como sábios ilustres e fortes, enquanto eles, os apóstolos, eram inferiores (I Co 4:10).
A situação atual é a mesma, porquanto igrejas com seus teólogos e líderes ensinam confiantes de que estão imbuídos de sabedoria, no pensamento de que não existe mal em esportes competitivos e que o cristão deve se alegrar com tal evento, pois segundo muitos destes, a igreja moderna está numa situação de vantagem sobre os cristãos e a antiga igreja e a razão, segundo eles, de se envolverem é pelo fato de serem patriotas, e não devemos nos privar das coisas boas que há no mundo, afinal, Deus criou todas as coisas para delas desfrutarmos. Ora, fica evidente que o mero esforço ou exercício físico é proveitoso (ITm 4:8) mas que foi que disse que paixão idólatra e apego a pelejas carnais tem apoio neste texto.
Se não podemos tornar o que é bem em mal, também não podemos tornar o mal em bem (cf. Is 5:20). Por muitas razões. podemos ver com base na Palavra de Deus que a cultura da competição carnal evidenciada por paixão a um time, como ao patriotismo terreno, não agrada a Deus, vejamos seis tópicos que falam disso:

1)  A verdadeira pátria e cidadania do crente em Jesus é a celestial!
Paulo nos adverte disso: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” (Fp 3:18-21, veja também Hebreus 11:13-16). O autor de Hebreu também nos diz: “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.” (Hb 13:14).

2) A peleja do crente não é contra carne e sangue!
Em Efésios, Paulo nos diz assim: “Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef 6:12). Aqui muitos tentam aplicar o texto às lutas meramente bélicas, ou seja, guerras de uma nação contra outra e conflitos de um homem contra outro por motivos pessoais, mas o texto abrange muito mais, isso é tão certo que em I Coríntios 9:24-25, diz que os ímpios são quem lutam ou disputam em busca de prêmios corruptíveis, e neste contexto está falando diretamente sobre jogos olímpicos.

3) Os crentes em Jesus Cristo não praticavam desportos e esportes competitivos, mas somente os ímpios!
O motivo é claro o prêmio do crente é incorruptível e o dos ímpios corruptível, não podemos receber os dois, assim como não podemos servir a dois senhores. Jesus mesmo disse: “Não podeis servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mt 6:24, cf. também Lc 16:13).
Paulo também fala do prêmio que o crente receberá no céu: “Não sabeis que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível.” (I Co 9:24-25).
Conforme os relatos históricos, os cristãos primitivos não participavam dos jogos nem das festividades romanas (BERCOT, 2012).

4) Os crentes em Jesus Cristo não se envolviam com tais coisas, porque Jesus que os desestimulou a tal cultura competitiva.
No meio dos discípulos disputas de quem seria o maior aconteceram, conforme nos é relatado nos evangelhos, senão vejamos: “Mas eles calaram-se, porque, pelo caminho, tinham disputado entre si qual era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos. E, lançando mão de uma criança, pô-la no meio deles e, tomando-a nos seus braços, disse-lhes: Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber recebe não a mim, mas ao que me enviou.” (Mc 9:34-37, confira também Mt 18:1-4 e Lc 9: 46-48).

5) A glória terrena de um reino compreende cultura, filosofia, poder de conquistas bélicas e esportivas.
O próprio Diabo ofereceu tudo isso a Jesus, ou seja, os reinos deste mundo e a glória deles, mas nosso Senhor não foi receptivo nem a um e nem a outro (cf. Mt 4:8 e Lc 4:5-6). É importante notar que, neste contexto inclusive, o império romano propagava sua cultura competitiva, e com ela os jogos olímpicos, jogos e lutas entre outras modalidades de esportes competitivos que já eram uma herança da Grécia, berço da cultura competitiva das disputas olímpicas, surgidas em 776 a.C.
Nosso Senhor Jesus Cristo não recebeu nem os reinos ou governos nem a glória deles, ou seja, a cultura competitiva: guerras e esportes que estão atrelados um ao outro. Isto pelo fato de que, os jogos competitivos tomaram forma com base reminiscente na prática guerreira, com a agonística guerreira. Convém salientar e deixar bem claro que a cultura em seu aspecto antibíblico, e isso não significa que absolutamente não existam coisas neutras e de proveito útil em uma dada cultura desde que não conflite ao que é moral e espiritual, por exemplo, a competitividade fere ao evangelho e seu espírito. É unânime o pensamento de que Jesus foi rejeitado exatamente por ser contra a cultura que desrespeita a palavra de Deus, ou seja, política e popularidade que exaltasse o homem, pois a glória dos homens além de ser corrupta, não é do grado do Senhor aquele que a si mesmo se louva, mas aquele aquém o Senhor louva (cf. II Co 10:17-18).

6) O reino de Jesus não é deste mundo!
Uma vez que Jesus não esperava nada deste sistema mundano, até porque ele é Reis dos reis e Senhor dos senhores, ele disse: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora o meu reino não é daqui” (Jo 18:36).
Observe que Jesus disse isso na ocasião em que foram prendê-lo, não esboçando reação nem dando ensejo a um confronto, ou seja, se o seu reino não é daqui, também os reinos deste mudo não são dele, atente para o fato de que quando Jesus disse isso, disse aos que o foram prender que haviam sido enviados e às autoridades judaicas (cf. Mt 26:47,Mc 14:43, Lc 22:47-52 e Jo 18:1-3). Sendo levado para ser interrogado pelas autoridades judaicas e, em seguida, a Pilatos, representante de Roma (Jo 18:28). Jesus não tinha interesses políticos deste mundo e seus servos não estariam envolvidos em militância de combate carnal, fosse por guerras ou méritos atingidos por competitividade, pelas quais fossem ovacionados heróis ou que estivessem glorificando homens por sua força física empregadas em lutas e competições em torcidas.
Ora, se os discípulos não lutariam indo a combates e guerras por causas políticas, seria de esperar que eles fossem atraídos pela cultura competitiva e massificados com as pessoas que vibravam pelos seus atletas? É claro que não.
Portanto, dentro da visão de reinos terrenos e mundanos, estão, é óbvio, os jogos ressaltados pela cultura competitiva que inclusive tem valor econômico com muito lucro, sendo, portanto, empreitada da qual o reino terreno e mundano algum deseja estar de fora. Nessa perspectiva, os jogos na cultura competitiva incluem a luta contra carne e sangue, mas o apóstolo Paulo num texto já citado que foi I Cor 9:24-25, já se refere aos jogos propriamente dito de modo distinto, portanto, no reino de Deus não se luta com espada contra ninguém em guerras nem com disputas esportivas, pois nossa luta não é contra carne e sangue nem tampouco nosso prêmio é corruptível, e assim como Jesus não queremos o poder de reinos nem sua glória.

Roberval Soares de Oliveira

5 comentários:

  1. Amém... Ontem no grupo familiar, falamos à respeito do o Pr, escreveu... Mas precisamente em: 1 coríntios 3:18 em diante... Deus é fiel e justo...

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  2. Bom Deus! O Senhor Jesus Cristo tem sido fiel aos seus propósitos de combater tais espiritos idólatras, que estão dentro das igrejas de nossos dias. Parabéns pelo seu fiel trabalho no Senhor e para o Senhor Jesus Cristo. Parabéns Irmão Ruuberval, e ao jornal tocha da verdade.

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  3. Estou de pleno acordo. Deus seja sempre enaltecido!!!

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  4. Defender a copa do mundo ou defender só, "assistir não tem nada demais" é mesma coisa de você tentar exortar uma mulher "cristã" que usa maquiagens, pois elas indagam o seguinte: " Irmão, Deus não quer é o exagero, mas passar de leve, isso pode ". Os que defendem o a copa diz: " mas irmão, eu tô assistindo mas não estou sentindo nem um prazer nem ânimo por aquilo, 'só assisto por assistir '. Qual é a diferença para resposta da mulher?

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