O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

domingo, 6 de janeiro de 2019

A piedade anabatista e a violência

Muito embora a criminalidade esteja em alta nos últimos anos, a convicção cristã anabatista sempre se conservou dentro do padrão pacífico das Escrituras. Para nós, o ensino do pacifismo não repousa na Bíblia como mera instrução teórica, mas prática, já que requere os frutos dignos de quem passou pelo processo do arrependimento. Essa resoluta prática, ganhou identidade, óbvio, desde o comportamento de Cristo que “como cordeiro mudo foi levado ao matadouro” (Isaías 53) não relutando diante da impiedade e injustiça de seus acusadores.
Como desdobramento desta prática neotestamentária, cristãos ao longo dos séculos enfrentaram a violência contra si de forma pacífica, sem empunharem espadas nem se voltando de qualquer outra maneira contra aqueles que se diziam seus inimigos. O cristão anabatista caracterizou-se pelo desapego aos revides da vida para comporta-se pelo espírito humilde das bem-aventuranças.
No Século XVI, momento histórico reputado como muito significativo em decorrência da Reforma Protestante, anabatistas foram martirizadas injustamente, simplesmente por acreditarem firmemente nos valores das Escrituras sem as interpretações religiosas católicas e protestantes da época. Preferiram o texto puro como fora colocado e agiram da mesma forma como liam. Se alguém batesse em seu lado direito do rosto, ofereciam o outro... cultivando um coração puro, não permitindo o ódio ou o rancor infernizarem seu peito. Deles, aprendemos muito.
Em nosso tempo, outros desafios surgem para provar nossa fé. Como enfrentar a violência de nossos dias? Não há uma perseguição explícita por procurarmos viver a fé sem o ritualismo religioso imperante, mas devido ao excessivo pecado no coração do homem, tudo que é de Deus ganha motivos para ser ridicularizado e menosprezado. Apesar disso, agimos contra isso de forma pacífica. Ousamos pregar o Evangelho para resgatar os mais vis pecadores, dando-lhes motivos para viver pela fé. Pregamos também para os mais abastados, levando-os a compreender que a vida não compreende apenas este período afortunado do patamar físico da realidade humana. Há algo mais que vai além da razão humana e encontra respaldo na fé.
Anabatistas, vivamos a fé simples para resgatarmos os valores das Escrituras, sendo pacíficos dentro do paradigma bíblico, sem nutrirmos qualquer sentimento de ódio ou de destemperança. Enquanto muitos elevam seus palácios religiosos, fruto da exploração capitalista, criando novos impérios religiosos à base da pregação mista (mundanismo e evangelicalismo), onde a seleção dos membros se dá pela preferência a quem possui muitos bens e que em certas ocasiões impõem o fardo da perseguição contra nós por associação (algo descabido), reservemo-nos para comer do pão e para beber da água com a simplicidade, agindo em favor do pobre e do desamparado, acreditando na possibilidade de vermos almas resgatadas do mais vil pecado e acreditemos na justiça que vem de Deus.

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