O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

O ministério pastoral feminino cumpre com a vontade de Deus?

A mulher, assim como o homem, tem participação nas atividades do Reino de Deus. Uma vez redimida, passa a ser porta voz da ação da graça divina e agente transmissor das verdades do Evangelho. A sensibilidade feminina, como característica própria, se destaca a tal ponto que seus discernimentos são perspicazes, muitas vezes lendo a alma das pessoas com grande facilidade. Aliás, essa leitura coloca a mulher no patamar da virtuosidade, mas também de uma responsabilidade sem medidas, visto que poder participar da ajuda do outro traz inúmeros cuidados. Além disso, há em muitas mulheres um sentimento resoluto de conquistar sempre algo mais; por isso lutam, estudam, dedicam-se e assumem o compromisso de poder fazer algo semelhante àquilo feito pelos homens (virtude grandiosa e inestimável). Talvez, por essas razões, o ingresso de mulheres no ministério pastoral se justificou. Entretanto, a grande questão é saber se aprouve a Deus vocacionar mulheres para o ministério. Será?
Ao lermos as Escrituras nos textos direcionados ao chamado, à vocação e ao exercício ministerial é explícita a ideia de o ministério exigir um homem para a função. Se não vejamos:

Em Efésios (4:11) vemos um chamado para o gênero masculino:

E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores    

As aspirações para o exercício do ministério são também bem específicas:

Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja (I Timóteo 3:1)

Para que ninguém julgue as aspirações citadas no trecho acima como ambíguo, o desenrolar do capítulo faz a menção precisa para nossa argumentação. Com respeito às qualificações e à reputação no ministério, está escrito em I Timóteo 3:2 uma orientação específica para o homem, equiparando o governo sobre a casa ao que será exercido sobre a Igreja, porquanto a liderança cabe ao homem:

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da igreja de Deus?) Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. É necessário também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do diabo.

Se uma mulher governar sua casa, não estará incorrendo contra um princípio bíblico? O governo familiar não é peculiaridade do marido dada sua capacidade proveniente de Deus? Para muito além do que o feminismo prega, a mulher é a parte mais frágil (entenda-se como sinônimo de “preciosa”) da relação, devendo receber o amparo masculino e não ser o amparo dele. Portanto essa linha de pensamento cristão não pode ser classificada de uma opinião machista como costumam chamar, mas coerente, já que existe pleno respeito pelas capacidades do gênero masculino e feminino.
O advento da teologia liberal na seara cristã “fragilizou” conceitos das verdades bíblicas como os apresentados, transformando-as em proposituras mutáveis de acordo com as novas tendências mundanas. O misto de teologia liberal com a adaptação às convenções do momento trouxe um profundo prejuízo para a verdadeira interpretação dos ensinos bíblicos, em razão de o próprio homem reinterpretar a vontade de Deus de forma distinta da proposta originária. Assim, a inspiração do Santo Espírito é substituída pelo mero intelecto baseado em muitos desvios tendenciosos, principalmente, evocados pelos meios acadêmicos que tentam a todo custo interpretar as Escrituras se utilizando de métodos criados pelos próprios acadêmicos. Entretanto, o texto sagrado deverá ser discernido de forma espiritual e jamais de forma intelectual. Por mais que o meio acadêmico possa gerar alguma contribuição para o Cristianismo, não sendo necessariamente através de uma perfeita interpretação bíblica devido seus métodos serem distintos do proposto pela própria Bíblia, não é através de seus intelectuais céticos e sem fé que alcançarão o pleno entendimento. Aliás, não querem chegar a esse nível, antes a Bíblia é objeto de crítica e ultraje, por isso, vivem propondo novos desafios e digressões para os postulados de Cristo e dos apóstolos. Essa mentalidade acadêmica trouxe, na verdade, o grande desvio profetizado por Cristo desde seu tempo (Mateus 24:12). Quando o amor por algo esfria, a tendência é procurar desabonar o mérito de outrora para justificar decisões irreverentes que marcam novas fases e formas de conduta. Puro desleixo!
Lamentavelmente, a igreja evangélica influenciada pelo viés acadêmico está padecendo de males porque desaprovou o antigo com seu aspecto conservador para dar lugar ao moderno com seus desvios de paradigma. Está tão desviada que nem sente a dor da angústia pelo seu estado nem percebe seu menosprezo pela autenticidade do primaz. São as virgens imprudentes (Mateus 25). No caso abordado, mulheres que ingressaram no ministério e supostos ministros que estimularam a prática achando que estão cumprindo com a vontade de Deus, estão na verdade desobedecendo-o e sendo participantes da apostasia prevista na Igreja. Desta forma, precisamos resgatar as raízes cristãs “Destruindo argumentos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus” (II Coríntios 10:5).

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