O Jornal Tocha da Verdade é uma publicação independente que tem como objetivo resgatar os princípios cristãos em toda sua plenitude. Com artigos escritos por pastores, professores de algumas áreas do saber e por estudiosos da teologia buscamos despertar a comunidade cristã-evangélica para a pureza das Escrituras. Incentivamos a prática e a ética cristã em vistas do aperfeiçoamento da Igreja de Cristo como noiva imaculada. Prezamos pela simplicidade do Evangelho e pelo não conformismo com a mundanização e a secularização do Cristianismo pós-moderno em fase de decadência espiritual.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O dízimo

Sem dúvida, o presente momento é de extremo consumo. Muitos indivíduos dedicam-se a comprar e a vender itens dos mais variados, alimentando o comércio em suas relações individuais e coletivas muito embora determinadas mercadorias não sejam essenciais, resultando em consumo por pura alienação. Por força dessa imposição social, associou-se o dízimo ao consumo como se o dever cristão objeta-se estritamente a prosperidade física e material. Ou seja, dá-se o dízimo para se receber algo em troca, como se o mesmo fosse instrumento de barganha e benefícios. Entretanto, essa visão não corresponde ao ensino bíblico, nem à prática na Igreja durante sua história. Essa invencionice de o dízimo, obrigatoriamente, render aumento de capital ao doador é falácia moderna de igrejas neopentecostais.
Em Gênesis, verificamos o primeiro momento no qual a prática é digna e correta (Gênesis 14:20). Abraão deu o dízimo de tudo! A expressão é interessante, pois não há nenhuma reivindicação de bênção posterior pelo rito cumprido. Nem há informações bíblicas para confirmarmos que foi exigência divina o ato de Abraão. Desta maneira, Abraão tomou a atitude de forma espontânea e voluntária. Apesar de Malaquias usar outros termos dos quais sabemos que Deus abençoa os fiéis, a crítica é na realidade para a mensagem demasiada sobre o assunto. Os pregadores da prosperidade extrapolam em seus discursos como se quisessem barganhar com Deus.
Hoje, o cristão deve dar o dízimo por obediência, voluntariedade e espontaneidade. O que leva alguns a discordarem da prática do dízimo deveu-se ao fato de alguns intérpretes equivocados e líderes do movimento neopentecostal refinar um discurso de prosperidade, desentoando do sentido primeiro, mas criando fortes expectativas materialistas (algo que encanta muitos indivíduos leigos). Antagonicamente, existem cristãos que apesar de saber o que está prescrito têm restrições à doação devido à sua avareza. Tentam com argumentações nada convencedoras desabonar a prática e dão uma conotação veterotestamentária. Entretanto, quem é dizimista sabe aplicar valor e espiritualidade ao ato. A entrega representa o ato de obediência ao instituído biblicamente, um desapego aos bens materiais, uma valorização do trabalho secular, amor à obra de Deus etc.

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